TRIBUTO Á JULIANA MARINS
Juliana desapareceu em 20 de junho de 2025, durante uma trilha no Monte Rinjani, um vulcão ativo de 3,726 metros de altitude. Segundo sua família, Juliana teria sofrido por fadiga e pedido para descansar, quando então teria sido deixada sozinha por mais de uma hora, tendo então escorregado em uma trilha resvaladiça durante a noite, caindo cerca de 300 m abaixo do caminho principal. No sábado pela manhã, 21 de junho, ela foi avistada por um drone operado por turistas e por equipes oficiais, a aproximadamente 500 metros abaixo da trilha, em zona de difícil acesso.[6] Equipes de resgate enfrentaram clima adverso, neblina e terreno íngreme, o que dificultou o acesso imediato ao local.[wikipédia]
**Hoje é 26 de junho de 2025, poucos dias após a notícia do falecimento de Juliana Marins, de Niterói — a mochileira que fazia trilhas pela Indonésia.** Ela sofreu um acidente e, infelizmente, não foi resgatada com vida. Em sua homenagem, com respeito, faço aqui alguns comentários astrológicos.

Esse eclipse pré-natal estava em quadratura com Plutão, que se encontrava em Sagitário — uma configuração desafiadora. Juliana fazia parte da geração Plutão em Sagitário, Netuno e Urano em Aquário, Saturno em Touro e Quíron em Escorpião. Também tinha Marte, Vênus e Mercúrio em Leão. Mercúrio estava por volta de 16° de Leão, em conjunção mais próxima a Vênus do que a Marte. O Sol já se encontrava a 1° de Virgem, assim como a Lua Nova do eclipse. A Lua natal dela — dependendo do horário — podia estar ainda em Virgem ou já em Libra.
Júpiter, por sua vez, estava retrógrado a 25° de Peixes, em seu domicílio, o que pode indicar uma forte ligação com viagens, espiritualidade, causas humanitárias. Havia também uma oposição entre Marte e Netuno/Urano: Marte a 2° de Leão, Urano a 9° de Aquário, Netuno um pouco mais afastado. Era uma oposição fora de signo, mas ainda perceptível.
Plutão, como mencionado, estava no ápice de uma quadratura em T com os nodos lunares — aspecto que costuma indicar crises de destino. Também podemos observar Urano em oposição a Vênus, e Vênus em conjunção com Mercúrio — uma configuração de intensas inquietações afetivas e intelectuais, além de forte magnetismo pessoal.

É sempre delicado especular astrologicamente sobre um acidente, mas é possível perceber nela o arquétipo da aventureira. Júpiter provavelmente estava próximo do Ascendente, talvez em Sagitário — um signo associado à exploração, liberdade e deslocamentos para longe e publicidade, sua profissão. Marte em Leão com Vênus e Mercúrio confere muita autoconfiança, intensidade e uma forma própria de se lançar no mundo.
Saturno, no mapa natal, fazia um trígono com o Sol e com o Nodo Norte — um aspecto harmonioso, de realização e estruturação, mesmo com a quadratura que mantinha com Marte. Saturno a 3° de Touro fazia esse trígono com o Sol a 1° de Virgem e com o Nodo Norte na mesma faixa de graus. São aspectos de Terra que falam de firmeza e construção. Mesmo assim, o mapa traz uma tensão evidente entre impulso e contenção, aventura e estrutura.
Nos trânsitos recentes — no momento do acidente — Marte fazia conjunção ao Sol natal e ao Nodo Norte em Virgem, ao mesmo tempo em que formava uma quadratura com Plutão natal em Sagitário. É um trânsito intenso e perigoso, ainda mais quando ativa padrões natimortos que já envolviam quadraturas com Plutão. Transbordamento de forças, embates com figuras de autoridade (como pai, mestres, líderes) e também com as próprias fronteiras do corpo físico. Isso, depois de seu retorno de Marte natal.
Há ainda algo bastante simbólico: Plutão em Sagitário está associado a longas jornadas, ao estrangeiro, às travessias. Estando em quadratura com os nodos, pode simbolizar perigos em jornadas ou transformações bruscas ligadas a esses contextos.
O mapa de Juliana tem muitos planetas nos signos fixos de fogo (Leão), o que traz garra, coragem e brilho próprio. Se a Lua estivesse em Libra, como pode ter estado caso tenha nascido após o meio-dia, ela faria aspecto com Netuno, indicando sensibilidade, idealismo, forte imaginação e conexão com o simbólico. Mesmo com um mapa de Sol em Virgem, signo pragmático, a presença forte de Netuno sugere uma vida guiada por sonhos, visões e desejos de superação.

Juliana, certamente, tinha planos, sonhos e uma vontade intensa de deixar sua marca no mundo — e, de alguma forma, deixou. Que ela seja recebida pelos anjos, pelos guias ou pelas forças em que acreditava. E que sua partida nos ajude a refletir sobre o destino, o risco e o brilho efêmero de quem ousa viver além do medo.
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ASTROKABANA,Campinas, SP
Nando Guimarães
Jjnho 2025
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